O coelho da Playboy está em toda parte, em lápis, relógios, bolsas, lingerie, óculos de sol, meias e até em garrafas d’água. É sem dúvida um dos logotipos mais reconhecidos no mundo ocidental e já transformou Hugh Hefner e Playboy em nomes familiares.
Embora a Playboy não tenha inventado a pornografia, ela a trouxe dos bastidores para os holofotes; por isso, ocupa um lugar central na história de como a pornografia se tornou arraigada em nossa cultura.
Hugh Hefner apresentou-se ao público como um playboy que usava pijama, mas na verdade era um empresário incrivelmente experiente, com um talento especial para explorar os temas culturais da América pós-Segunda Guerra Mundial.
Antes da Playboy, as revistas pornográficas não eram divulgadas pelos principais canais de distribuição; portanto, o acesso a elas era limitado. Depois da Playboy, depois que Hefner corroeu as barreiras culturais, econômicas e legais à produção em massa e à distribuição de pornografia, era um mundo bem diferente.
Hugh Hefner conseguiu construir um império em tempo recorde, que não só vive nos tempos contemporâneos como se tornou parte da nossa cultura e vida. Hoje vamos dissecar o método Playboy, confira alguns tópicos:
- Construindo diversas fontes de renda;
- Estratégias de mercado;
Construindo um império
A Playboy foi uma história de sucesso da noite para o dia, passando de 53.991 de circulação no primeiro mês (dezembro de 1953) para 175.000 na edição de primeiro aniversário. O que é admirável, é que a Playboy começou com 10x menos capital inicial, se comparada a revistas como a Time Magazine. Ou seja, muitas revistas passavam meses ou até anos até realizarem os lucros iniciais.
Enquanto que a Playboy, já em 1959, a Playboy tinha uma circulação mensal de 1 milhão. No auge do final dos anos 1960 e início dos anos 1970, a Playboy era uma empresa enorme, com vendas de mais de US$ 200 milhões e mais de cinco mil funcionários.
Claramente, como Michael Kimmel argumenta, “a Playboy alcançou os nervos dos homens americanos” e muitos livros tentaram descrever exatamente o que era esse nervo.
Para explorar o fenômeno da Playboy e o papel da revista na criação das bases para a indústria pornográfica contemporânea, a revista foi além de ser uma simples revista. Hefner, sabia que para quebrar o estigma de ser associado com a indústria pornográfica, tinha que ser mais…
A Playboy representava um lifestyle, representava uma tendência cultural de inúmeros homens desde os anos 50, não se prendia só nas mulheres, contendo ainda: poesia, trechos de obras literárias que hoje são clássicas, caça, como se vestir bem, como conquistar uma mulher e tópicos similares.
O mercado de pornografia impressa da época era dominado por revistas baratas de pin-ups, do tipo que poucos homens se sentiriam à vontade exibindo em sua mesa de café. Hefner sabia muito bem que o potencial financeiro de tais revistas era limitado na década de 1950 e, além disso, ele não queria criar apenas uma revista “pornográfica”; antes, ele queria desenvolver uma revista de estilo de vida sofisticada que tivesse o pin-up pornográfico como peça central.
Esse era o cerne da revista, mas, diferentemente das outras revistas pornôs da época, essa pin-up seria entregue aos leitores em um pacote que celebrava a vida de solteiro da classe média alta, o tipo de vida que o homem da década de 1950 sonhava levar, fosse ele um estudante universitário, um homem casado que vive nos subúrbios ou um homem corporativo em ascensão.
Várias Fontes de rendas no mesmo negócio
Algo notório na estratégia da Playboy foi que, a cada leva de interações com os consumidores, a marca conseguia ver claramente qual seria o próximo passo que elevaria os patamares da empresa.
Logo no início, Hugh Hefner, introduziu as Playmates. Cada mês uma nova modelo, uma novidade quente e curiosa. Isso manteve o sucesso crescente da revista. O próximo movimento foi criar tendências, cada artigo, cada imagem e aspecto era para promover um lifestyle, coisa que faria um Branding duradouro como nenhum outro.
Graças a essas mudanças iniciais eles saíram de 70 mil cópias para 500 mil cópias mensais, com um faturamento bruto de apenas 3 milhões de dólares.
Com mais dinheiro e mais sucesso, no inverno de 1955, veio também a introdução de uma nova fonte de renda: os anúncios. A Playboy não queria simplesmente vender anúncios, mas vender anúncios para as marcar que correspondiam ao estilo de vida que seduzia seus leitores. Marcas como Budweiser, Marlboro, Diners Club, Chanel e Imperial Whisky.
Depois, disso as vitórias foram incessantes:
- Veio a Playboy Tv, um programa de Tv apresentado por Hugh Hefner;
- Seguido do Clube Playboy, onde você poderia beber, fumar e ver coelhinhas como garçonetes;
Parte do sucesso imediato da Playboy pode ser explicado pela falta de concorrência, uma vez que a indústria de revistas masculinas era dominada por revistas especializadas no que era chamado de “sangue, tripas e brigas”. Após a guerra, essa indústria teve um recorde de lucros, com as vendas aumentando 62% entre 1945 e 1952.
Anos mais tarde, a Playboy também lançou um canal para TV a cabo em 1982 — o Playboy Channel, mais tarde renomeado para Playboy TV — e rapidamente alcançou 750.000 residências através de 450 estações a cabo. Até isso foi revolucinário para a época.
Você é o branding da sua marca
Como a sua própria revista, Hefner era comercializado como uma mercadoria sofisticada de alta qualidade, a fim de reduzir o fator escandalizante normalmente associado aos pornógrafos.
Os artigos sobre Hefner raramente o retratam fora de seu ambiente opulento; quase sempre vêm acompanhados de fotografias descansando em sua famosa cama redonda, cercada por “coelhinhas”.
A vida de Hefner é lançada como o sonho americano da Playboy: ele é um homem que trabalha duro, joga duro e alcançou os objetivos finais da vida. Um artigo da Forbes sobre o sucesso de Hefner chegou ao título “Hugh Hefner encontrou a felicidade completa vivendo a vida na Playboy”.
Hefner é apresentado como o empresário americano que é “moderno, confiável, limpo, respeitável” e não tem medo de trabalhar muito, pois, segundo a Newsweek, “ele trabalha até 72h seguidas”.
No final da década de 1950 e no início da década de 1960, a maioria dos principais jornais e revistas publicava artigos sobre o “empresário Hefner”. Nesses artigos, as páginas centrais eram reforçadas e o sucesso comercial da Playboy e de Hefner era divulgado em primeiro plano.
Playboy hoje em dia
A Playboy licencia uma gama completa de produtos, incluindo roupas íntimas, meias, cadernos, canetas, relógios e óculos de sol, e está sempre à procura de novos itens. Bob Meyers, presidente de mídia da Playboy, é citado com as seguintes palavras: “Nossa marca é única, pois temos essa certa aura”.
Em 2008 a Playboy planejou como entrar no negócio de pornografia por telefone celular, a empresa “assinou um acordo com a THQ Wireless para desenvolver jogos para celular com estilo de vida da Playboy, que não terão nudez.” A Playboy também aderiu aos cassinos e o que chamam de “Boutiques conceituais da Playboy” que distribuem apenas produtos da marca Playboy. De acordo com Chris Napolitano, diretor editorial da Playboy, “todo o negócio de produtos licenciados agora gera mais de US$ 800 milhões em vendas globais de varejo em mais de 150 países”.
A estratégia da Playboy além das revistas
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